Tuesday, November 06, 2007

No berço do mal - o país

Chegar a Tel Aviv é como chegar a qualquer cidade europeia, o aeroporto é moderno e dos mais bonitos que já vi, com uma enorme cúpula e enormes corredores construidos em pedra. A cidade está cheia de hoteis junto ao mediterraneo e arranha-céus de escritórios. Uma longa marginal junto à praia onde as pessoas fazem jogging ou bebem um copo num café dão um aspecto à la Sul de Espanha (o que é óptimo quando estão 30º na rua e 26º dentro de água, em finais de Outubro). A cidade foi apenas fundada em 1909 e a maioria da construção foi feita a régua e esquadro entre 1930 e 1950. As pessoas vestem-se e tem costumes totalmente europeus e apenas alguns judeus denunciam o sítio onde estou usando o tradicional kippah.

Temos de ir até Old Jaffa na zona sul de Tel Aviv para termos um feeling melhor do médio oriente. Antiga cidade portuária, uma das mais antigas do mundo, fundada na idade do bronze e determinante nos vários períodos posteriores, passando pela época medieval e pelo período otomano. Nos tempos mais modernos e após a revolta árabe na palestina, a maioria dos judeus saiu desta cidade e actualmente a sua população é maioritariamente muçulmana. Os seus mercados ao ar livre e as ruelas claustrofóbicas transportam-nos para tempos mais medievais.

Se o país tem um ambiente e um clima mediterrânico, as pessoas (principalmente os judeus) não mostram o calor típico destes países. Nada simpáticos, aldrabões e em muitos casos mal educados, não criam a mínima empatia com os turistas. Pelo menos 2 vezes fui deixado a falar sozinho no hotel e uma taxista praticamente me insultou por eu dizer que havia muito transito. A maioria das pessoas são também extremamente racistas, principalmente em relação aos muçulmanos, a quem consideram terroristas. Várias vezes me aconselharam a não sair de Tel Aviv por "estar cheio de árabes".

Jerusalem visto do monte das oliveiras é um cemitério gigante. Os judeus acham que é o sítio para serem sepultados de modo a poderem ascender aos céus e como tal não existe um metro quadrado de uma colina que não tenha uma tomba. Confesso que tinha uma ideia romântica de Israel como uma pequena aldeia cheia de igrejas e lugares bíblicos, e não estava à espera de ver uma cidade moderna por trás e uma grande confusão de trânsito. Claro que igrejas e templos não faltam, sejam católicos, muçulmanos, judeus, gregos ortodoxos, cópticos, russos ortodoxos e outros que nunca tinha ouvido falar. E para cada igreja existem milhares e milhares de crentes ou simples turistas, rezando, chorando, batendo com a cabeça no muro das lamentações, ou simplesmente tirando fotografias como foi o meu caso. Uma tremenda confusão, ao ponto de achar que a zona mais calma é o sukh do bairro muçulmano, onde se pode comer uns hummus ou uns falafels, e ver o mercado ao ar livre, cheio de especiarias, cachimbos de água e xailes em caxemira. No fundo é um sítio interessante mas para um ateu como eu bastante difícil de compreender e apreciar.

Mais interessante para mim foi a visita a Masada e ao Mar Morto. Masada é uma antiga cidade da judeia construída num rochedo 400 e tal metros acima do nível do mar morto, e que ficou famosa por ser um dos últimos basteões contra os invasores romanos. As ruínas estão bem conservadas mas o mais fantástico são as vistas sobre o mar morto, o deserto da judeia e a Jordânia. Uma paisagem árida e vasta que gostava de ter explorado melhor. Infelizmente não pude ir dar um mergulho ao mar morto mas as pessoas que estavam comigo dizem que é uma experiência única. Talvez numa próxima visita ao mar morto, de preferência ao outro lado da fronteira.

No global gostei do país mas os israelitas são intragáveis como pessoas. Voltar só por obrigação. E depois de ter sido interrogado durante 30 min para poder sair do país e ter visto as minhas malas terem sido passadas duas vezes pelo raio-x acho que nem por trabalho quero lá voltar.

Fotos em: http://lbaia.fotopic.net/c1403595.html

2 Comments:

Blogger Jingas said...

E o carimbo de entrada? foi no passaporte ou numa folha à parte?

11:56 AM  
Blogger Zozobra said...

Numa folha à parte, claro...

12:10 PM  

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