4 Dias 4 Países

Cheguei a Bruxelas no sábado de manhã com o objectivo de participar numa reunião na segunda-feira em Lille, no norte de França. Até lá há que passar o tempo.
Peguei no carro de aluguer e conduzi para leste, atravessando a Bélgica sob um céu cinzento que ameaçava chuva. Atravessei a fronteira com a Alemanha e cheguei à pequena cidade de Trier, a mais antiga do país, atracção turística pelas suas ruínas romanas, incluindo o anfiteatro, a mais antiga ponte romana desta zona ainda com transito, os banhos romanos, a basílica de Constantino e a Porta Tigra, que antigamente servia de entrada à cidade. À parte das atracções romanas é uma cidade tipicamente da europa central, com as suas casas medievais e igrejas góticas. Bastante animação e movimento nas ruas, talvez motivados pela época de saldos e pelo tempo agradável (o que para aqui entenda-se sem chuva e com temperaturas superiores a 0ºC). Uma agradável surpresa para mim que nunca tinha estado na Alemanha sem ser em trânsito.
Saí de Trier e em cerca de meia hora pus-me na cidade do Luxemburgo, capital do país com o mesmo nome, conhecido em Portugal por ter uma população com cerca de 30% de emigrantes tugas e ao mesmo tempo os mais elevados níveis de produtividade e de rendimento per capita da UE, um paradoxo que muitas teses de doutoramento já tentaram explicar sem sucesso. Cheguei já era noite cerrada (6 da tarde) e facilmente dei com o pousada da juventude onde iria pernoitar, um edíficio moderno e funcional junto às ruínas das muralhas da antiga citadela. A cidade evoluiu em torno destas muralhas, construidas sobre penhascos que se elevam cerca de 70m acima do rio, o que durante a idade média a tornou uma das bases militares estratégicas mais importantes do império austriaco. No passeio que dei antes de jantar percorri as íngremes, estreitas e e desertas ruas que, em conjunto com a fraca chuva e a iluminação antiga dão um aspecto fantasmagórico e atraente à cidade. Mas se por um lado me agradou esse cenário "gótico" da cidade, fiquei algo desiludido com a escassez de pessoas nas ruas, restaurantes e bares do centro. Não me lembro de alguma vez ter estado na capital de um país e num sábado à noite se encontrar deserta. Só posso deduzir que é uma cidade de trabalho marioritariamente habitada por estrangeiros a trabalhar nas inúmeras organizações europeias, e que ao fim de semana viajam aos seus locais de origem. Nem portugas consegui ver, uma desilusão.

Extremamente cansado por um dia tão longo, comi qualquer coisa e regressei à pousada para descansar na camarata que partilhei com um russo, professor de política aqui à procura de trabalho, um eslovaco que trabalha em Bruxelas e estava cá de fds, um italiano que andava a passear pela Europa, um japonês que não falava ingles e só se ria quando falavamos com ele, e outro gajo qualquer que esteve sempre dormindo. Tudo pessoal fixe já que ninguém ressonou. Acordei cedo para um passeio um pouco maior pela cidade, aproveitando a luz matinal para tirar algumas fotos e voltar a constatar que se trata de uma cidade bonita mas com pouca exploração turística, e sem a vida de uma grande cidade europeia.
Ao fim d

Lille é outra história, também tem uma importante parte histórica mas é fundamentalmente uma grande e importante cidade industrial e ponto de paragem dos camiões de mercadorias (é a 4ª maior zona metropolitana francesa). Cheguei e fui directo para o hotel, comi e deitei-me. Na segunda-feira o dia foi todo passado em reunião. Após a mesma, e durante o tempo que tinha antes do jantar aproveitei para passear pela cidade. Muita gente nas ruas ainda iluminadas nataliciamente, mais uma catedral e um igreja visitadas, além de alguns edíficios interessantes, como a ópera, a camara e o museu de belas-artes. Juntei-me ao pessoal para jantarmos numa cervejaria bastante catita. Para minha surpresa por aqui a gastronomia não é predominantemente francesa. A cerveja belga é mais popular que o vinho, e os canards, foie-gras e queijos são substituidos por choucrutes e salsichas. Vim depois a saber que Lile, tal como Tournai e outras terras aqui da zona pertencem à chamada Flandres Romantica, notando-se bastantes semelhanças não só na comida mas também na arquitectura e cultura.
No último dia a reunião acabou ainda antes do meio-dia e como só tinha voo às 19h tinha algum tempo para fazer turismo. A idéia inicial era passar o tempo em Lille mas o tempo estava horrível. De improviso resolvi pegar no carro e ir até Amiens, mais uma vila histórica famosa por uma catedral (!), pelas minhas contas 70km a sul de Lille. Mas as minhas contas não estavam lá muito correctas e os 70km eram afinal 130, o que fez com que a minha visita fosse de cerca de 1/2h, tempo para ver a tal catedral e regressar full-speed, pois além dos 130km até Lille ainda tinha de fazer outros tantos até ao aeroporto de Bruxelas. Com o tempo a escassear e o trânsito a se adensar, stressei um pouco, mas no fim consegui chegar a tempo de entregar o carro, fazer o check-in e ainda ter tempo para comer algo antes de embarcar.
Foram 4 dias intensos, estive em 4 países (5 com Portugal), visitei 5 cidades, praí uma dúzia de catedrais e igrejas, conduzi cerca de 1000km (sem nunca me perder o que para mim é inédito, obrigado viamichelin) e pelo meio ainda tive 1 dia e meio de reunião, que foi o que me pagou a viagem...
4 Comments:
coltar? ou voltar... ;-)
Ganda Maluco!!!
Ps: As fotos são tuas? ou emprestadadas da net?
Corrigido o erro, sra. prof.
Se as fotos sao minhas? Claro que sao... Q merda de insulto e' esse?
Continuo a achar que a tua male se diverte mais do que tu
Era mala :P
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