Thursday, January 03, 2008

Another Guiness plsz

Quem chega a Dublin não é fácil perceber à primeira vista que não estamos em Inglaterra mas sim na Irlanda. Ok, as notas não são aqueles lençóis horríveis com a fronha da rainha e em tudo quanto é sinalização o gaélico aparece por baixo do inglês (como se alguém percebesse aquela coisa intragável), mas os carros e as casas são iguais, tem as mesmas lojas e até os famosos pubs irlandeses me pareceram bastante ingleses. Como cheguei à noite, com um frio descomunal e com uma notícia má ainda por digerir fui-me deitar e deixei para o dia seguinte a tarefa de contrariar a primeira impressão.

Espíritos mais recompostos para um dia a passear por Dublin. O frio não passou, mas com gorros e casacos a coisa remediou-se, e com uma companhia asiática improvisada (DICA: para quem viaja sozinho dormir em pousadas da juventude é o melhor para arranjar amigos de ocasião) lá fui conhecer a Dublin histórica. As casas vitorianas e georgianas predominam por toda a cidade, com as suas fachadas clássicas e portas multicolores. A literatura é também bastante importante nesta cidade e o Trinity College, a mais antiga universidade do país é ponto de passagem obrigatório. Aqui podemos ver o Book of Kells, um dos mais antigos livros que se encontra preservado. Dublin foi também berço para três prémios nóbel da literatura (Yeats, Bernard Shaw e Samuel Beckett), além de outros famosos como Oscar Wilde, Jonathan Swift, Bram Stoker e James Joyce. Um manancial de escritores que nos são constantemente relembrados em museus ou estátuas espalhados pela cidade. Por fim a destacar as inúmeras igrejas e catedrais católicas, aqui sim a denunciar uma das principais diferenças culturais para a vizinha inglaterra. O centro de Dublin é relativamente pequeno e consegue-se ver relativamente bem num dia (talvez dois fosse melhor mas não se pode ter tudo).

Deixado de parte a visita cultural, e também a companhia asiática, tempo de ir conhecer a outra faceta cultural de Dublin, a vida nocturna. Acompanhado de quem conhece e gosta lá fui até Temple Bar, o bairro alto lá do sítio. Pubs e restaurantes com fartura, o difícil é escolher (e encontrar um que não esteja a abarrotar também não é fácil). Toda a gente sabe que Guiness é sagrada pros irlandeses e por isso tive de seguir as suas tradições, alternando com Kilkennys para não enjoar, isto ouvindo uma bela música tradicional, num ambiente smoke free (ah pois, a polémica lei já lá existe). Muito boa onda, as pessoas todas para se divertirem, e ao contrário dos ingleses ninguém sai para andar à porrada. Depois de muita cevada para a carola ainda tou para ver como consegui dar com o caminho para a pousada e como me consegui deitar no boliche de cima sem matar o resto dos ocupantes da camarata.

No dia seguinte o meu colega de copos lá me foi buscar e os dois com uma grande cabeça lá fomos visitar outra atracção turística, desta feita Newgrange, que faz parte do maior complexo de arte megalítica da Europa, daí ser património mundial. Impressionante a ligação dos celtas com o sol, no dia do solstício de inverno a pequena câmara fúnebre é iluminada por breves momentos, para depois voltar à escuridão total durante os seguintes 365 dias.

À noite mais um jantar mas pouco mais que isso, já que a cabeça ainda não estava boa do dia anterior. Na manhã seguinte voltei para Portugal.

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