Thursday, June 29, 2006

Rapidinha em Paris


Cheguei a Paris Orly West à hora de almoço de ontem para uma reunião de dia e meio. Como já estava atrasado e não encontrei lugar para comer algo rápido decidi seguir de táxi directamente para o local da reunião.

Apanhei um taxista super simpático, tão simpático que continuava a grunhir o seu francês à velocidade da luz, mesmo depois de eu ter respondido em inglês e ter feito cara de quem não tava a perceber um cu do que o sr. dizia.

Depois de uma tarde de reunião chata, numa sala sem ar condicionado e em que não me deixei dormir nem sei bem como, caminhei até ao hotel, que distava 2 ou 3 quarteirões. Uma característica que acho estupenda em Paris é a sua vida; às 18h de uma segunda-feira as esplanadas estão cheias de gente, conversando e bebendo um copo antes do jantar. O facto da maioria dessa gente ser jovem, com uma percentagem elevada de raparigas bonitas ainda me agrada mais. Numa cidade como Lisboa esta animação seria impossível a menos que houvesse algum jogo de futebol importante.

Depois de descansar uma horinha abalei para o restaurante "le café du commerce" para jantar com o resto do pessoal. Com a fome que tinha fui a correr para o restaurante sem conseguir apreciar nada pelo caminho. O restaurante tem um "ambiance" fantástico, uma bela decoração a lembrar Paris da época dos cabarets e uma comida estupenda. O díficil da comida é escolher, devido à enorme variada e aos nomes apelativos dos pratos (estes são os que comi): "Saumon mariné à l'aneth", "Magret de canard parfumé au miel de bruyère cendré" e "Glace deux boules ou Fromage Blanc". Isto acompanhado por um belo vinho branco para a entrada e um outro tinto para o prato principal. O único senão do restaurante era não ter ar condicionado. Pelo que um francês me disse, o uso de ar condicionado em França não está dependente das condições meteorológicas mas sim se é a altura do ano indicada para tal, e pelos vistos só a partir de Julho é a altura ideal.

Depois do jantar, e de barriga bem cheia regressei ao hotel e deitei-me.

Acordei cedinho esta manhã e preparei-me para tomar banho. Não foi uma experiência agradável pois não havia cortina na banheira e o chuveiro tinha uma extensão máxima de menos de 1m. Isto fez com que tivesse tomado banho de joelhos e mesmo assim provoquei uma pequena inundação no wc. Esta falta de funcionalismo só prova a embirração que esta grande nação tem em relação a algo que o resto dos povos considera rotineira, que é tomar banho.

Outra coisa que acho fascinante em Paris é a quantidade de patisseries, boucheries, brasseries e outras pequenas lojas terminadas em "eries" que se encontram espalhadas por todo o lado. É um autêntico prazer para os sentidos. Pelo que me disseram a maioria dos parisienses ainda prefere o comércio tradicional para a compra de comida, o que eu acho uma atitude muito boa. Só a carteira do português é que não acha um prazer, um croissant pode facilmente custar mais de 3€.

Dia inteiro de reunião chata (e quente), daí ter começado a escrever isto, e ida para o aeroporto Charles de Gaulle de metro, um metro mal-cheiroso, velho e extremamente quente, a anos-luz do nosso. O aeroporto CDG deve ser o mais complicado do mundo (ainda mais para mim que fui para o terminal 2 quando o meu voo era no terminal 1!), e em particular o terminal 1 é simplemente caótico e disfuncional.

No check-in encontrei uns qtos braileiros que eufóricos me disseram que tinham ganho ao Ghana. Tive de me aplicar para conseguir colocar o meu sorriso amarelo. Mas pelo menos o avião vai sair a horas e eu vou regressar ao Portugallo bem depressa.

Paris, 27 de Junho de 2006