Wednesday, April 26, 2006

FDS de 25 de Abril

Dia 0 - Viagem de Lisboa a Piornal

Início de viagem atribulado. Já não bastava a chuva torrencial que caía em Lisboa, cheguei à conclusão que o meu carro não anda bem de saúde e tem pouca vontade de debitar os 110cv que o motor diz que tem. Lá tive de fazer a viagem toda dentro dos limites de velocidade legais, o que é uma valente seca.

Isto de dormir pouco, acordar e fazer a mala não costuma dar muito bom resultado, e foi o que aconteceu. Para piorar, enquanto pensava nas coisas que me tinha esquecido (cantil, pilhas para o GPS, indicações do caminho), e porque o piloto automático está habituado a fazer o caminho Lisboa-Algarve, reparei numa placa com a próxima saída a indicar Alcácer do Sal. Umas breves contas de cabeça e concluí que a saída para a A6 para Espanha já tinha passado. Solução: Voltar para trás ou cortar caminho indo pela Nacional até Montemor-o-Novo... Escolhi a segunda opção, o que me providenciou uma paisagem mais bonita mas deixou de seca o João que estava à minha espera em Caia.

Chegado a Caia com 1h de atraso lá me encontrei com o João, um alentejano de Beja que me iria dar boleia o resto do caminho. Já o conhecia de vista de outras caminhadas, mas nunca tinha falado com ele... Bastante simpático e divertido. O resto do caminho até à estalagem onde seria a base das caminhadas do fds correu sem problemas, passámos por Cáceres para comprar alguma comida e parámos em Plasencia para dar uma volta. Plasencia é uma cidade agradável, com uma bonita catedral e um conjunto de igrejas e palacetes do sec. XVI, e com uma bonita Plaza Mayor onde bebemos uma cerveja na esplanada.

Chegados à estalagem "La Serrana" em Piornal, conhecemos durante o jantar o resto do pessoal que nos iria acompanhar, ou melhor, no meu caso foi um reencontro, já que conhecia a maior parte do pessoal. Por estas alturas o tempo tinha aberto um pouco, apesar de ainda estar bastante nublado. As previsões para o dia seguinte não eram muito boas, previa-se um fds molhado.

Dia 1 - Reserva Natural "Garganta del Infierno"

Depois de uma noite mal dormida, muito por culpa de uma cama horrível com uma almofada muito alta que me deu cabo do pescoço, mas também devido ao meu colega de quarto, que ressonava ruidosamente (Crinas e Jé, estão perdoados!), tomámos o pequeno-almoço e fizémos o transfer de carro até ao centro de interpretação ambiental do parque natural.

O centro de interpretação está muito bem cuidado e fornece inúmera informação sobre as características do parque e as actividades que lá podemos fazer. É uma vergonha que Portugal esteja tão sub-desenvolvido a este nível, cá o eco-turismo não tem valor, o que interessa é campos de golfe e hotéis em cima da praia. E mais interessante ainda é o conjunto de famílias que vão desfrutar e passar um dia agradável nestes locais.

Começamos então a caminhada, um percurso de cerca de 15km através do Vale do rio Jerte, uma paisagem linda, cheia de água e vegetação verde, através de um percurso exigente, com muitas pedras a dificultar a progressão. A paisagem é tão bonita que em certas partes me lembrou a Patagónia, com as respectivas limitações. O céu estava nublado, mas não choveu e deu para fazer o percurso quase sempre de manga curta. Os receios de chuva não se concretizaram, o que foi excelente.

A progressão era lenta, devido ao terreno acidentado, à inexperiência de alguns dos caminhantes, mas principalmente ao desejo dos participantes disfrutarem da paisagem. Com a minha impaciencia caracteristica, e porque o guia já me conhece e sabe que tenho alguma experiência nisto, acelerei um pouco o passo de modo a disfrutar da caminhada. Fui seguido por o Jorge, um tripeiro que tal como eu tava um pouco aborrecido do passo de caracol. A caminhada prosseguiu até a vila de Jerte, onde terminou por volta das 17h e onde descansámos bebendo um caña numa esplanada.

Insólito e divertido durante a caminhada foi o ataque que sofremos por parte de um cavalo selvagem, que assustado pela nossa presença, decidiu galopar ferozmente na nossa direcção... Era ver o pessoal a saltar disparado para fora do trilho...

De volta à estalagem, jantámos e fomos todos dormir.

Dia 2 - Cumeadas do Piornal e Mosteiro de Yuste

Dormir é uma maneira de dizer, porque não preguei olho a noite inteira, nem os tampões me safaram. Talvez por estar mais cansado, o meu colega de quarto aumentou a intensidade do seu ressonar, ao ponto do pessoal dos quartos adjacentes também se queixarem. Imaginem eu que estava a 2 metros. Mas por outro lado não me posso qeixar, tinha sido avisado disso em Lisboa, mas a solução seria pagar um suplemento individual que achei demasiado caro. A minha resposta na altura foi "Pra não pagar esse valor, até dormia com um rinoceronte". Para a próxima penso duas vezes antes de me armar em forreta...

O percurso neste 2º dia foi muito diferente do anterior, através das cumeadas dos montes junto da estalagem, com altitudes entre os 500 e 1500m. Paisagem mais árida, fazendo lembrar Montejunto, e com muitas cerejeiras em flor. Ao contrário do dia anterior, cujos trilhos estão bem identificados, o percurso aqui faz-se por caminhos inexistentes (ou quase), que conferem outra beleza e espírito de aventura à caminhada. Descidas íngremes, travessias de cursos de água e mato expesso foram alguns dos obstáculos a superar.

Descansando junto ao leito de uma pequena cascata para almoçar, um dos caminheiros descobriu um intruso a tentar infiltrar-se na sua pele, era uma carraça à procura de sangue portugues. Enquanto observávamos a luta titanica entre o homem e o verme, outra carraça foi descoberta noutro participante. Gerou-se o pânico, era ver o pessoal num auto-catanço minucioso... Mas à primeira vista o resto do pessoal não foi atacado.

O resto do passeio correu sem mais sobressaltos, apenas uma descida de um monte que pos a prova a habilidade dos participantes. Após o passeio seguiu-se uma visita guiada ao Mosteiro de Yuste, onde no séc. XVI o imperador romano Carlos V foi levado para viver o resto da sua vida após abdicar do trono espanhol. Seguiu-se para alguns, porque eu e mais 3 decidimos que depois de 20km a andar apetecia mais ir beber uma cervejinha do que aturar um espanhol qualquer a contar-nos a historia do mosteiro. Essa cervejinha foi bebida numa terrinha próxima chamada Garganta La Olla, muito bonita, com casas do séc. XVI e as suas varandas floridas e cheias de cabaças.

Chegados à estalagem próximo da hora de jantar, tempo para um duche rápido e no meu caso para mudar de quarto. Esta noite tinha de dormir. O tempo neste 2º dia esteve excelente, com um sol radioso e quente, o que me valeu um belo de um escaldão, pareço uma lagosta...

Dia 3 - Parque Natural de Monfrague e Regresso a Lisboa

Ao fim de 2 dias sem dormir, esta última noite foi maravilhosa pois finalmente consegui dormir decentemente, mas soube a pouco, a muito pouco. Dia de arrumar as trouxas e voltar a Portugal, mas só a tarde, pois de manhã estava destinado um passeio no Parque Natural de Monfrague.

Este parque, atravessado pelo nosso rio Tejo é um dos tesouros mais importantes da península ibérica a nível de fauna. Aqui encontra-se a maior comunidade mundial de águias imperiais e de abutres imperiais, bem como um dos poucos sítios onde ainda existem linces ibéricos. Contém ainda uma fortaleza a quase 600m de altura, com uma vista 360º sobre a região da Extremadura espanhola, e que na época medieval deve ter sido uma bela ajuda para proteger estas terras dos possíveis ataques inimigos.

Passeio pequeno, de cerca de 4 horas, para apreciar a paisagem e ver as aves bem como 2 gamos que nos apareceram ao caminho. Paisagem algo diferente da anterior, com matos expessos, e terreno xistoso, próximo do que podemos ver em algumas partes da beira baixa portuguesa. O passeio foi pequeno mas mesmo assim duro, com as subidas mais íngremes dos 3 dias.

Por volta das 15h, fim do passeio e hora de regressar a Portugal... Com pena, era capaz de me habituar a isto... Viagem sob um calor intenso, mas rápida e sem trânsito. Até o meu carro parece que lhe passou a manha... Chegado a casa, quero descanso pra amanha voltar a vidinha...

Thursday, April 20, 2006

The World's Fastest Indian

Não, nem o sr. era índio nem tinha aptidão para correr os 100m.

"The world's fastest indian" conta a história de Burt Munro, um neozelandes que modificou a sua mota Indian de 1920 e em 1960 (e quando Burt tinha 60 e tal anos) quebrou o recorde de velocidade para motos com menos de 1000cc, recorde de cerca de 330km/h e que ainda se mantém (acho). O filme acompanha a viagem que Burt fez desde a sua terra, Inverganill até Bonneville no Utah de modo a estabelecer o recorde.

O filme, uma co-produção Neozelandesa/Americana tem no principal papel o grande Sir Anthony Hopkins, que volta aqui aos grandes papéis. Encarnando Burt, Hopkins consegue-nos transmitir toda a simpatia, humildade e amor que Burt tinha pelas motos e pela vida. O filme é uma espécie de road-movie, acompanhando as aventuras e contratempos que Burt teve de viver para conseguir atingir os seus objectivos, mas de uma maneira inteligente, nunca caindo no excesso de dramatizar demasiado as dificuldades de Burt, e focando-se mais nos aspectos divertidos da viagem. O filme lembra-me bastante "The Straight Story" do David Lynch, outro filme que é uma ode à vida.

A cinematografia está muito bem conseguida, transmitindo na perfeição o contraste entre a paisagem e cultura da Nova Zelandia (que eu espero visitar em breve :-) ), a confusão de Los Angeles e a América profunda representada no Utah.

No global, este filme mostra como se consegue fazer um grande filme a partir de um argumento simples e de um grande actor. Para já, é o filme cool do ano.

Monday, April 17, 2006

Tsotsi (ou "Cova da Moura até é um sítio simpático")

Tsotsi gira à volta de 6 dias na vida de Tsotsi, um órfão residente no Soweto, que junto com o seu gang se dedica a crimes violentos.
Quando um carjacking não corre como previsto e Tsotsi vê que no banco de trás do carro se encontra um bébé, ele toma a decisão de "adoptar" o bebé em vez de o devolver ou o abandonar. A partir daqui desenvolve-se uma análise psicológica de uma personagem complexa, que ao mesmo tempo é extremamente violento e díficil de relacionar, e por outro lado é uma pessoa frágil, assombrada pelo passado e à procura de redempção.

O filme é facilmente comparável a "Cidade de Deus" apesar deste ser muito mais psicológico e orientado à personagem de Tsotsi, bem como se apresentando como um filme mais moralista.

Também a nível técnico as semelhanças terminam no cenário de guettos. Enquanto o filme de Fernando Meirelles é filmado em tom de documentário com recurso a handycams, este (realizado por Gavin Hood, um sul-africano desconhecido até agora) apresenta um registo muito mais estilizado, com recurso a grandes-angulares e com uma fotografia em tons de sépia. Destaque ainda para a língua, o filme é todo falado em Tsotsitaal, um dialecto falado em algumas zonas da África do Sul, e em especial no Soweto, e que significa Linguagem do Guetto.

Como apreciação global, temos um filme forte e poderoso, em torno de uma personagem que em certas partes pode provocar nós na garganta mas que noutras provoca empatia e compaixão. Isto deve-se à excelente prestação do actor principal (um tal de Presley Chweneyagae) e à sua fotografia que representa muito bem o ambiente desolador do guetto. Isto serve para colocar este filme no lote dos filmes interessantes do ano passado, apesar de um argumento um pouco simplista e previsível, e de uma realização que não consegue cativar completamente o espectador.

Para os mais distraídos, este filme ganhou o óscar de melhor filme de língua estrangeira em 2006.

Thursday, April 13, 2006

V for Vendetta

Devo dizer que estava relutante em ver este filme. Ha um mes atras, quando ouvi falar dele e do que tratava, achei bastante interessante, depois vi algumas críticas más e perdi algum interesse, mas agora, após vários amigos terem dito maravilhas do filme, resolvi vê-lo (e comentá-lo).

O Argumento

O filme passa-se num Londres futurista (mas bastante próximo do presente) governado por um regime totalitário denominado Norsefire, cujo líder é o Chanceler Sutler. O filme roda em torno de "V", um "herói" mascarado que tenta vingar o passado e ao mesmo tempo combater o regime vigente (e que estão ligados), através de actos terroristas e incentivando ao caos. Pelo meio aparece a heroína do filme, Evey, que é salva por "V" de ser presa pelo regime e que passa o resto do tempo a questionar a sua ideologia e a sua relação com "V". Por fim temos o conjunto de detectives que tentam resolver o caso mas aos poucos vão questionando a sua crença no regime.

O argumento baseia-se numa série de BD homónima, escrita por Alan Moore nos anos 80 (e que o próprio admitiu ser um manifesto anarquista contra o governo Thatcher) adaptado aos tempos actuais, mais nomeadamente à administração Bush, ou ao neo-conservadorismo americano.
As referencias sao muitas e bastante explícitas, desde a perseguição a muçulmanos e gays, passando por relatórios que falam em ataques terroristas em aviões e comboios, bem como a influencia e a manipulação que os media tem na sociedade. Na minha opinião esta extrema tentativa de colagem a eventos presentes tira algum brilho ao argumento, bem como peso ao conceito anarquista do filme. Penso que manter o conceito original numa visão mais abstracta e teórica seria mais interessante de explorar num filme.

Aliás, o próprio Alan Moore quis o seu nome retirado dos créditos do filme exactamente por achar que se tinha perdido o carácter ambíguo da personagem de "V" e se tinha reduzido o conceito a uma crítica à direita americana.

Outro ponto em que quanto a mim o argumento podia ser melhor é na tentativa de inserir "side-stories" que pouco ou nada trazem ao progresso do filme. Tou a falar da sequência entre as lésbicas e da personagem do repórter Gordon.

No geral o conceito é bastante interessante, mas penso que dado o potencial que a BD original tem (que infelizmente ainda não li, mas já li sobre) poderia ter sido feito bastante melhor.

A Realização
Tendo a produção e cunho pessoal dos irmãos Wachowski, poderia-se esperar um filme de acção cheio de CGIs e sequências "bullet-time" (o próprio trailer do filme leva a pensar isso). Mas a realidade é outra, o filme é bastante "low-paced", com pouca acção e centrado na ideologia por trás de "V", da sua ligação com Evey, e na descrição do regime totalitário. Mas para mim esta é a grande vitória do filme e do seu realizador, conseguir resistir à tentação de fazer um "Matrix-like" e focar-se na história forte.

A fotografia quanto a mim não é brilhante, acho que falta algo para criar um ambiente propício à história, tá algo unidimensional. O filme é realizado num tom negro, intercalado com inumeras passagens de "footage" documental. Interessante é a semelhança entre os cenários referentes ao regime e a iconografia nazi, bem como o ecran em que o Chanceler comunica com os outros membros do regime, uma cópia descarada mas bem conseguida de 1984 (de George Orwell e onde este argumento vai buscar muitas referencias).

O casting está bem conseguido.

A bela Natalie Portman (que aqui passa boa parte do filme com um look GI Jane) cumpre bem o seu papel, sem dislumbrar. Curiosamente o realizador James McTeigue trabalhou com ela no Star Wars, já que ele era realizador adjunto do George Lucas.

Para o papel de "V", os irmãos foram buscar Hugo Weaving (o famoso agente Smith da triologia Matrix). Aqui está um dos pontos fortes do filme. Sem nunca tirar a máscara, apenas usando a voz, consegue transmitir bastantes emoções e ser bastante convincente na sua interpretação.

Finalmente para o papel do Chanceler, foi escolhido John Hurt, que tinha participado em 1984, mas no papel de herói. Também cumpre bem as suas funçoes.

Conclusão

Baseado numa história original e bastante boa, o filme, não sendo brilhante pelas razões que apontei, é interessante e cumpre os objectivos de um bom filme, divertir e fazer passar a mensagem. Com uma melhor adaptação da história original, acho que podia ter sido um dos melhores do ano.

Tuesday, April 04, 2006

Um assunto pertinente

Um dos assuntos mais polemicos e pertinentes da sociedade moderna é sem dúvida a questão da gorjeta. Devemos dar ou não, e mais que importante do que isso, quanto dar.

Vamos por partes.Eu sou contra dar gorjetas por norma, para mim é pagar extra por as pessoas cumprirem o seu trabalho, pelo menos eu ia-me sentir ofendido por isso. Vou dar 3 exemplos onde é habitual se dar gorjeta:
- Aos taxistas. Tamos a pagar (e muito) para nos transportar. Dar gorjeta é dizer "obrigado por me ter trazido no seu carro, sem se ter espetado". Pensando melhor, com os indices de sinistralidade rodoviaria em portugal, se calhar eles até merecem a gorjeta
- Aos carregadores de malas nos hoteis. Mais uma vez "obrigado por carregar a minha mala e me acender a luz". Os 100€/noite que pagamos nao chegam? Eu so dava gorjeta a esses gajos se fosse para dizer "aqui tens 5€, mas ve se arranjas um fato menos ridiculo, e tira-me esse chapeu, parece que tocas na banda filarmonica"
- Aos empregados de bares e restaurante. Aqui abro uma excepçao se o empregado for uma gaja de mini-saia e seios volumosos. Mas isso é outra historia...

Mas nao pensem que sou completamente contra as gorjetas, existe uma classe de trabalhadores que acho que merecem todos os tostoes que recebem como gorjeta. Claro que estou a falar dos arrumadores de carros. Vejamos, sao pessoas que abdicam de um ordenado fixo (muitos deles podiam ser doutores ou engenheiros) em prol de tornar a sociedade melhor. Trabalham ao frio, a chuva, de noite, de dia, sacrificam a familia e os amigos. E é um trabalho dificil, nao pensem. Ajudar uma senhora idosa a estacionar o seu panda num sitio onde cabe um camiao TIR é uma tarefa complicada... muito complicada.

Outra coisa que é preciso ter em conta, principalmente para quem viaja muito como é o meu caso, é as disparidades que existem, principalmente em relaçao ao valor a dar, entre os diferentes países. Por ex:
- No Reino Unido é normal dar 10% de gorja, mas ninguem sabe porque.
- Na Holanda, em restaurantes a gorja é obrigatoria. Nao aparece no menu mas aparece na factura, acho que sao 13%. Ou seja, eles podem cuspir-te na sopa, dizerem que cuspiram na sopa, e tu ainda agradeces dando gorjeta. Acho justo
- Em Portugal e Espanha a gorja é facultativa e cada um da o que quer. Mas se nao dermos cospem na sopa de certeza, na proxima vez que la formos. E o portugues, como mao-largas que é, costuma ser bastante generoso nas gorjetas, tipo 1€ numa conta de 30 ou 40.
- Finalmente nos paises nordicos, nao se da gorjeta e as pessoas ficam ofendidas se o fizermos... Acho que nasci no país errado!

Isto é complicado de gerir, imaginem que nao damos gorjeta na Inglaterra... ou pior, imaginem que damos 10% de gorjeta num jantar em Portugal, vamos passar por tótós o resto da vida.

Para combater isto proponho que este assunto seja debatido a nível europeu. Criem um gabinete ou grupo de trabalho para uniformizar a gorja. Comecem a tratar os assuntos que realmente interessam as pessoas.
Eu ate acho que uma constituiçao europeia que se preze devia ter um artigo sobre a gorja. Eu pelo menos hei-de votar contra a constituiçao ate ver esta minha pretençao la contemplada.

Notas soltas em 3 Cantos

Sempre que viajo para Espanha (ou um país que se fale espanhol) anseio por aquela frase linda que as hospedeiras do avião sempre dizem "Por favor, mantengan abroxados los cinturones de seguridad". Sempre gostei da palavra "Abroxado", nao sei bem porque.

"Tou, é do 112? Estou fechado dentro dum aviao". Segundo consta isto aconteceu mesmo, no dia em que o Benfica jogou em Liverpool, num dos avioes fretados para trazerem os adeptos. Pelos vistos o sr. deixou-se dormir e a tripulaçao nao reparou e fechou o aviao. A pergunta que se poe é "Quem vinha mais bebedo?"

Numa reunião entre Portugueses, Espanhois, Franceses, Ingleses, Italianos e Holandeses:
- Os franceses julgam-se melhores que os outros todos, mas a lingua que se fala é o ingles
- Os ingleses julgam-se melhores que portugueses e espanhois, mas choram sempre que falamos do clima
- Os espanhois julgam-se melhores que os portugueses, apenas porque sabem que sao piores que os outros todos
- Os italianos julgam-se melhores que os outros todos apenas porque se vestem melhor e tem melhores penteados
- Os holandeses sao antipaticos demais para se perceber o que eles acham dos outros
- Nós portugueses... Nós nao queremos saber disso, apenas queriamos ganhar tanto como eles

Segundo consta, aqui onde estou, apesar de ser proximo de Madrid, existem muitos catalaes a tirar pelo Barcelona. Fixe, assim ja nao vou ter de disfarçar que sou do Benfica...