Um passeio nos fjords
"Nowhere do these terrific forces appear more formidably conjoined than in the surprising strait known as the Lyse-Fiord. The Lyse-Fiord is the most terrible of all the Gut Rocks of the ocean"
Estas palavras são de Victor Hugo, o escritor, mas acho que descrevem bastante bem a sensação que se tem quando se está na berma da Preikestolen (a rocha púlpito) e se olha para o fjord, 673m abaixo. Esta estranha formação rochosa, verdadeira romaria para turistas e locais simboliza para mim na perfeição a Noruega, um país com uma natureza arrebatadora e selvagem. Para ali chegarmos temos de subir 500m através de blocos de granito e florestas de pinheiros. Mas se em Portugal isto seria razão mais que suficiente para só uma "cambada de maluquinhos que gostam de andar a pé" se atreverem a fazer o percurso, ali são centenas e centenas de pessoas, gordos, magros, velhos, novos, com cães, com crianças, com bebés, é outra mentalidade. Uns demoram 1h e pouco (eu demorei 1h20, um bom treino para o caminho inca), outros poderão demorar 3h, mas isso pouco interessa, o desfrute da natureza não é uma competição.
No ponto de partida para esta subida existe um lodge de montanha chamado Preikestolhytta, à beira de um pequeno lago que desemboca no fjord. Foi aqui que passei duas noites, isolado do mundo, a descansar, sem tv ou internet, em que quando não estava a caminhar ou a passear junto ao lago estava a ler ou a conversar com amigos de ocasião acompanhado de uma cerveja de 7€, ouvindo as rolas a cantar (e infelizmente os mosquitos a zunir). Uma semana aqui e esquecia-me que o resto do mundo existia.
O hub de chegada para este paraíso é Stavanger, a chamada cidade do petróleo norueguesa, que este ano é também uma das capitais europeias da cultura. Passei por lá no regresso e não achei ponto de interesse nenhum, cheia de ferries e refinarias, não é uma cidade lá muito simpática. Este petróleo é a razão principal da felicidade dos noruegueses e da desgraça (de um ponto de vista monetário) dos turistas. O poder de compra faz com que paguemos 7€ por uma cerveja, 12€ por uma sandes e uma cola, 7€ por um transfer de ferry de 10min (e que é obrigatório para chegar ao fjord), e por aí fora. Até a gasolina custa mais de 1.50€/litro, não percebo mto bem pq. Uma fuga de fds destas daria para passar uma semana quase de luxo em Portugal e muitos outros países. Mas como não era luxo que eu estava à procura, tudo isso é irrelevante.
No meio de um fds tão fixe apenas duas frustrações, a primeira foi não conseguir ter ido a Kjerag devido à estrada estar ainda cortada pela neve e o facto de nunca conseguir acertar com os horários dos ferries, grandes secas eu apanhei.
Fotos em: http://lbaia.fotopic.net/c1510860.html
Estas palavras são de Victor Hugo, o escritor, mas acho que descrevem bastante bem a sensação que se tem quando se está na berma da Preikestolen (a rocha púlpito) e se olha para o fjord, 673m abaixo. Esta estranha formação rochosa, verdadeira romaria para turistas e locais simboliza para mim na perfeição a Noruega, um país com uma natureza arrebatadora e selvagem. Para ali chegarmos temos de subir 500m através de blocos de granito e florestas de pinheiros. Mas se em Portugal isto seria razão mais que suficiente para só uma "cambada de maluquinhos que gostam de andar a pé" se atreverem a fazer o percurso, ali são centenas e centenas de pessoas, gordos, magros, velhos, novos, com cães, com crianças, com bebés, é outra mentalidade. Uns demoram 1h e pouco (eu demorei 1h20, um bom treino para o caminho inca), outros poderão demorar 3h, mas isso pouco interessa, o desfrute da natureza não é uma competição.
No ponto de partida para esta subida existe um lodge de montanha chamado Preikestolhytta, à beira de um pequeno lago que desemboca no fjord. Foi aqui que passei duas noites, isolado do mundo, a descansar, sem tv ou internet, em que quando não estava a caminhar ou a passear junto ao lago estava a ler ou a conversar com amigos de ocasião acompanhado de uma cerveja de 7€, ouvindo as rolas a cantar (e infelizmente os mosquitos a zunir). Uma semana aqui e esquecia-me que o resto do mundo existia.
O hub de chegada para este paraíso é Stavanger, a chamada cidade do petróleo norueguesa, que este ano é também uma das capitais europeias da cultura. Passei por lá no regresso e não achei ponto de interesse nenhum, cheia de ferries e refinarias, não é uma cidade lá muito simpática. Este petróleo é a razão principal da felicidade dos noruegueses e da desgraça (de um ponto de vista monetário) dos turistas. O poder de compra faz com que paguemos 7€ por uma cerveja, 12€ por uma sandes e uma cola, 7€ por um transfer de ferry de 10min (e que é obrigatório para chegar ao fjord), e por aí fora. Até a gasolina custa mais de 1.50€/litro, não percebo mto bem pq. Uma fuga de fds destas daria para passar uma semana quase de luxo em Portugal e muitos outros países. Mas como não era luxo que eu estava à procura, tudo isso é irrelevante.
No meio de um fds tão fixe apenas duas frustrações, a primeira foi não conseguir ter ido a Kjerag devido à estrada estar ainda cortada pela neve e o facto de nunca conseguir acertar com os horários dos ferries, grandes secas eu apanhei.
Fotos em: http://lbaia.fotopic.net/c1510860.html