Tallinna - Eesti, a parte final
No 3º dia acordei com o cérebro inchado, fruto dos abusos da noite anterior. E para me desanimar ainda mais o céu estava horrivelmente cinzento, daqueles que estragam qualquer tentativa de tirar fotografias decentes. Nos dias anteriores tinham ocorrido alguns aguaceiros, mas o sol lá aparecia por trás das nuvens. Hoje não, sol nem vê-lo.
O plano túristico para hoje era sair um pouco do centro da cidade, mais concretamente visitar a zona de Kadriorg e a aldeia de Pirita.
Apanhei o autocarro para perto do palácio barroco que dá nome ao sítio. Construído por um arquitecto italiano entre 1718 e 1736 por ordem de Pedro o Grande, serviu como palácio czariano durante dois séculos. O palácio é ok, mas o que gostei realmente foi dos jardins e do parque adjacente, pintados pelos tons quentes das folhas das árvores no Outono. Ai se o céu tivesse azul!
Atravessando o parque chega-se à baía de Tallinn e andando cerca de 5km ao longo da mesma chega-se a Pirita, zona balnear preferida dos habitantes de Tallinn (coisa que por razões óbvias eu não procurava em Outubro). Fiz esse caminho a andar nas calmas, o que serviu para curar a ressaca e pensar o que cá estava a fazer. Pirita contém ainda o antigo convento de Sta. Brigite, datado do séc XV mas que se encontra praticamente em ruínas, fruto dos bombardeamentos ordenados por Ivan o Terrível no séc. XVI.
Foi uma visita engraçada principalmente porque me deliciei a fotografar um dos meus temas favoritos: cemitérios.
Como a barriga já dava horas, apanhei o autocarro para o centro, e a passei a tarde deambulando pelos sítios que já tinha visitado, procurando pormenores à espera da minha objectiva e fazendo tempo para me encontrar com 4 compinchas tugas que chegavam hoje para uma semana de férias aqui pelo Báltico.
Perto da hora de jantar do jantar ele lá chegaram, eu fiz um briefing sobre a cidade, fomos comer e beber uns copos. No fim da noite tempo para conhecer uma discoteca, e tenho quase certeza que nunca tinha estado num sítio com tantas raparigas lindas de morrer.
Depois de uma noite horrível de sono levantei-me, arrumei a tralha e fiz o check out do hostel. O espírito já não estava em Tallinn, mas sim a pensar que mal chegasse a Lisboa teria de fazer de novo a mala para ir no dia seguinte 2 dias para Londres em trabalho. Até ao avião limitei-me a passar o tempo, almoçar e gastar as últimas coroas em coisas fúteis.
Ficam na memória 4 dias numa cidade diferente do que os europeus do sul estão habituados, interessante culturalmente mas um pouco túristica de mais. Vale a pena, mas aconselho fazer como os compinchas que cá chegaram ontem, vendo Tallinn e de seguida alugando um carro para conhecer o resto da Estónia e os outros países do Báltico.